terça-feira, 1 de maio de 2007

BAM BAM BAM

Os intelectualóides ranzinzas adoram dizer que não assistem Big Brother. Como não sou um deles, assisti ao último capítulo. Foi demais.

Na verdade, a TV estava ligada e eu não conhecia ninguém. Claro, só o Bial e o "nooosssooo heróóói" Alemão. Limão, para os íntimos (?). A festa comendo solta e eu achei que a moça cantando, a tal Cláudia Leite, era a tal Fani (ou Fany?). Fui me informar depois e vejam só minha ignorância: confundi a moça que casou virgem com a ninfomaníaca que pulou de pára-quedas vestindo uma cinta-liga vermelha. Diferença visível, não? Não?? Ora!

O Alemão ganhou e, já diria o torcedor popular, eu já sabia. Até os intelectualóides ranzinzas já sabiam. Tão fácil quanto sua vitória, é explicar o seu porquê; o personagem (!) reúne características estereotípicas daquelas dignas de novela das oito (ok, todo mundo já disse isso, mas elogio nunca é demais): machão popozudo, forte, pegadô, tatuado, filho pródigo, carismático, jogador, anjo, líder. E agora rico. Todo mundo queria ser o Alemão. Os controladores aéreos também. Ele, muito mais do que os ministros, é o nosso herói nacional.

Mas o Alemão é um cara divertido também. Ele até pulou na piscina quando descobriu que havia ganho a bolada. HAHAHA, que legal! E os críticos invejosos ficam escrevendo por aí que o cara não tem nada demais. Escondam-se, patifes! O Alemão é legal. O Alemão ama o pai, que é engenheiro civil, gosta de mulheres bonitas, de surfar e de freqüentar baladas. Se eu fosse um crítico invejoso, diria que também amo o meu pai, que também é engenheiro civil, também adoro mulheres bonitas e caio nas baladas sempre que posso... Pronto, eu provaria que ele é de carne e osso, como alguns chatos insistem em dizer por aí. Ah, eu não gosto de surfar (não sei, tanto faz). Eu trabalho. Ele não. Muito esperto, este Alemão. Se eu fosse um crítico invejoso, diria que os brasileiros sucumbem delirantes a um fantoche de filme pornô disfarçado. Mas eu não sou. Porque se eu fosse, diria que o Alemão nem é desse jeito, que ele foi criado com a ração que faz a audiência crescer, e o público, faminto, babava e gemia em frente à TV só pra ver se chegava mais perto deste germânico viril.

Quanta bobagem. A verdade que só 91% dos telespectadores perceberam é que este rapaz é um gênio. Mas é claro que é! O Alemão agradou a todos, a homens e mulheres. Aos primeiros, óbvio, porque conquistou duas gostosas. Às mulheres, ora, porque preferiu esperar pelo amor a gozar (!) com o sexo casual e todo o tesão da Cláudia Leite. Opa, da Fani (Fâni ou Faní, afinal?).

Quanta sacanagem, coisa feia, proibida para menores de 16 anos. Vi o último capítulo e tive saudades do ingênuo Bam Bam, o Kleber da primeira edição. Depois que ele chorou aquele choro de retorcer a cara inteira porque roubaram sua boneca de vassoura, votei cem vezes pra que ele ganhasse. Cem. Clique a clique. Ele sim foi o meu herói, mas, uma pena, quase nunca mais o vi. Fiquei muito desapontado quando conferi sua participação no programa do Didi e sua coreografia na propaganda daquele refrigerante nacional que estava ganhando o mercado da Coca-Cola (aliás, será que as coisas estão ligadas?). Minha decepção foi tão grande que não quis mais saber de novos heróis.

O Brasil, porém, ao contrário de mim, ainda quer. O Brasil é carente. Estou sozinho, pensando seriamente em me unir aos companheiros... aqueles... da crítica. Sabe como é. Os meus amigos invejosos e ranzinzas devem pensar como eu: e agora, que seremos de nós, leitores dos jornais que estampam a preocupação com o romance forjado entre o príncipe e a caipira? Siri com limão, sinceramente, me causa gastroenterocolite aguda, mas é o prato predileto dos especialistas em BBB; é a sugestão do dia, de segunda a sexta, da doutora Sônia Abrão e daquele outro gordo fantasiado de Mama alguma coisa. Bruschetta (e não foi o que eu disse, mas é exatamente como o que vocês pensaram). E para conquistarem mais credibilidade (?), levaram para o sofá mais um especialista: o ex-bbb P.A. (gadê?). Quéééim ?! Ah, se eu fosse um crítico invejoso eu diria que este P.A. nem ganhou um milhão pra ficar enchendo o povo de palpites ordinários.

Mas assistir à doutora também é reviver a infância: o outro companheiro diário dessa laia de oportunistas era o Décio Piccinini, aquele cara que sentava entre a Sônia Lima e o Pedro de Lara no show de calouros do Silvio Santos. Ele continua o mesmo, mas falta o pato magrelo passando embaixo da tela. Saudades do pato magrelo.

Mesmo depois de tanto tempo deste eterno último capítulo, a saga prossegue. “O Brasil pára para acompanhar o maior romance da atualidade”, me avisa a TV. Olho para o meu chefe na expectativa de que eu também possa parar, mas ele não diz nada. Retomo o trabalho de esgueiro no canal da Sônia Abrão. A repórter (?) sai às ruas com a enquete “O que você acha de homens que depilam o peito?”. O Alemão depilou, logo descubro. Envergonhado, abotôo a camisa até o fim para que ninguém veja o meu peito peludo. Sou um perdedor.

As notícias (?) seguem apontando a distância entre o Alemão e seus súditos, fãs ou o que quer que sejam. Atônito, penso como o Big Brother me excita, me provoca a escrever muita coisa sobre esta nave-mãe bialesca. Mas, resistindo ainda a me juntar a qualquer uma da partes, babões ou ranzinzas, vou assistir aos Flintstones, meus heróis que nunca me decepcionaram. BAM BAM BAM!!!! BAM.

7 comentários:

Isabela disse...

BAM BAM!!! Acho que faltam heróis, sim, e o BBB sabe bem produzir um (não que o Alemão não seja um cara bacana, mas ninguém é bonzinho 100% do tempo, sorry).
Parece que falta personagem nesse negócio. Fora Alemão, Flávia (menina linda, divertida, não-metida e suiçamente neutra nas brigas) e Íris (uma pentelha cabeça-dura que cativa pela "inocência" infantil), quem sobra?
Quanta gente apagada, medíocre, sem graça, sem sal, açúcar ou pimenta, competindo pela simpatia popular. Falta gente diferente, controversa, sincera. Imagina o Jack lá?

Lúcio Ducel de Diamantes disse...

Salve, salve Crespo!

Devo dizer que temos um prestígio semelhante com o BBB7. Não acompanhei sequer um capítulo, mas tentei ver o episódio final. Acabei de descobrir que teria visto um alemão afortunado na piscina não fossem televisores antigos de repúblicas pifarem. Ficou só o áudio, mas não ouvi nenhum “thigum”. Não faz mal...
Como não assisti ao programa (sou um intelectualóide ranzinza?), não sei quem é virgem ou não, e se siri sabe surfar (coisas que posso conferir na playboy). Apenas sei que a única coisa boa e divertida que esse programa me trouxe foi esse seu texto.

Abraço

ps: raspe seu peito

Unknown disse...

hauahauha!!!

É "Pequeno", cheguei! \o/ Afinal você me chamou por email.

Antes de mais nada, parabéns por voltar a mostrar-nos textos gratuitamente que foram escondidos pela falta de tempo ou pelo muito tempo no trabalho, não sei. É, realmente, ser adulto não é nada divertido, cada vez mais somos obrigados a fazer as coisas ou fazer as coisas com muitas burrocracias obrigatórias.

Quanto ao texto, sensacional, afinal foi escrito pelo intelectualóide mais ranzinza que já tive o prazer de conhecer, (ou melhor, alguns mais foram parar nas engenharias da vida, né!)
Bom quanto ao BBB7, fica mais claro que o povo brasileiro é carente de amores, de besteiras, enfim de líderes.
O Alemão, "Ahhh! o Alemão!!", mostrou para o Brasil, que na verdade vencer alguma coisa, é fácil, é só ser o mais normal possível. Chato, briguento, cafageste e de vez em quando (quando conveniente for, claro) ser um pouquinho ético.
Na verdade, a genealidade está nas palavras do bem selecionado Bial, está na direção do excelente Boninho (ou vó do pão de queijo, como já diria o repórter (?) Vesgo), e claro, por estar colocado em horário nobre na emissora em que está. Conseguiram criar um meio de vender mais canais "fechados", vender mais produtos de beleza, bancos, paparazzo's, Playboy's, (etc).

Cabe a nós, torcer para que não lancem nas próximas eleições o BBB7 como partido político. Já imaginaram? Síri, a senadora mais sensual do mundo. Ou, ver os jornalistas da globo reportando-nos: Diego Alemão é o novo Presidente da República, eleito com o maior número de votos da história.
Sério, eu seria o primeiro a gritar pelas ruas aquela musiquinha que você conhece bem né, canalha: "Lula lá, brilha uma estrela..." hauahauh

Realmente, acharam o mapa da mina. Aproveitaram a carência do povo brasileiro, com um jogo holandês arremeçaram um alemão à nossa frente, porém como americanos, no fundo não ganharam coisa alguma com isso.

Bom deixe-me ir trabalhar, que eu não ganho dinheiro escrevendo.
E, afinal, o milhão é do Alemão! Não nosso.

Abração pequeno, abraço aos outros colunistas, e desejo muita sorte para vocês aí. Parabéns pelo novo Blog.

Emílio, o zeh!

Suzina disse...

Ei! Cheguei aqui também!

Sim, eu faço parte do grupo dos intelectualóides ranzinzas que critica o tempo todo e não vi nem sequer o último capítulo dessa porno-chanchada mascarada de novela real que passam na TV. Cansei da TV pra ser sincera. Virou um show de horror pra mim. Toda vez que minha colega de casa liga o aparelho eu demoro alguns minutos pra entender o que está acontecendo, quem são aquelas caras pintadas, rebuscadas e "super famosas" que estão ali na tela e só depois de algum tempo venho a descobrir que são os novos fenômenos da mídia. Um pior que o outro.

E o povo vota e participa dessas coisas porque vê em gente como esse Alemão valores que estão perdidos e precisam ser recuperados. Mas são tão cegos ou obcecados pela imagem que não percebem que o que sobra no fim das contas é comércio, dinheiro e putaria disfarçada. Só.

Adorei o texto. Muito bom! Mas pelo amor, não raspe o peito. Esses metrossexuais extremistas são fim de carreira.

=D

Thiago Crespo disse...

Sônia Abrão, Décio Piccinini e uma especialista (?)

CAPÍTULO DE HOJE

"Alemão, Siri e a grande dúvida: casar ou juntar os trapinhos?"

Ainda bem que a TV está mute.

Helen Valverde disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Helen Valverde disse...

No episódio de ontem, a doutora Sônia Abrão comentava a última reportagem (?) que a revista "Quem" publicou sobre o nosso heróóói. O título: "Galã de cinema". Para ilustrar, o depilado Alemão-Limão posa semi-nu, coberto apenas com um cachecol. E o inverno ainda nem chegou! Sônia Abrão acrescenta: "Já que não quer ser ator, ele deveria investir na carreira de modelo, pois tem um rosto muito internacional". Passei o resto do dia me perguntando se tenho um rosto internacional...

P.S. Vc vai depilar o peito?

Helen